quarta-feira, 13 de julho de 2011

Aires Mateus | Voids











©HOUSE IN SÃO BRÁS, SERRA DO CALDEIRÃO, AROEIRA
Biennale Architettura 2010 La Biennale di Venezia AIRES MATEUS VOIDS










Aires Mateus | Voids
Julho, 01 - Setembro, 17, 2011
Lançamento do livro VOIDS editado pela ATHENA 
15 de Setembro às 19h00 
Curadoria: Nuno Crespo

De Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus
Com a colaboração de Ana Bacchetta, Jorge P Silva, Josep Pons, Alice Dolzani

Praticar o Vazio

Voids [Vazios] é o nome da instalação que Manuel e Francisco Aires Mateus apresentaram em 2010 na 12ª Bienal de Arquitectura de Veneza. A exposição, comissariada por Kazuyo Sejima, com o título “people meet in architecture” explorava o modo como a arquitectura participa na criação de novos valores e modos de vida.

Para os Aires Mateus esta instalação não é sinónimo de uma proposta de acção, mas explora uma metodologia arquitectónica e desenvolve um pensamento: não estão em causa conteúdos específicos, formas concretas, gestos imobilizados na matéria ou o estabelecimento de tipologias e hierarquias. Neste contexto o Vazio, diferente do nada, apresenta uma possibilidade de desenvolvimento, um ponto de partida, um elemento de organização espacial e, sobretudo, uma vocação estrutural.

Trata-se de praticar o Vazio no espaço e neste aspecto estes gestos arquitectónicos aproximam-se dos da escultura minimalista. Na medida em que estes artistas souberam pôr em acção através dum cubo negro (T Smith), ou de placas de aço cortén (Serra), ou do jogo da conjugação de cubos (Sol LeWitt), uma construção espacial que se caracteriza não pela adição de formas, volumes e matérias, mas através do esvaziamento das estruturas espaciais mais elementares. Trata-se de um princípio de negatividade que combate o excesso de forma, presença, linguagem e expressão.

A instalação VOIDS é constituída por quatro massas brancas que emergem de uma noite negra e surgem aos corpos que as percorrem como golpes de luz a revelar territórios. Estes golpes de visibilidade não anulam a noite, mas obrigam à descoberta de uma dupla profundidade espacial: a de cada corpo humano, que pode transportar consigo a humanidade inteira e, ao contrário de muitas expectativas, a do próprio espaço enquanto construção plástica, sensível, energética, evocativa.

Pode dizer-se tratar-se de um plano que simultaneamente excede a arquitectura (enquanto estrutura material específica) e é a sua condição: uma espécie de meta-arquitectura que situa as suas formas além do princípio de visibilidade e do reconhecimento formal, material e funcional do que se vê. Por isso, nestes territórios não há casas, nem abrigos, nem construções, mas pontos de intensificação do olhar e de energização da paisagem.

Nuno Crespo
Julho 2011



Aires Mateus | Voids
From 1 July to 17 September







Book VOIDS, edited by ATHENA, will be launched on 15 September at 7p.m.

Curator: Nuno Crespo



by Manuel Aires Mateus and Francisco Aires Mateus
with the collaboration of Ana Bacchetta, Jorge P Silva, Josep Pons,


To Practice the Void


Voids is the title of the installation that Manuel and Francisco Aires Mateus presented in 2010 at the 12th Venice Architecture Biennale. The exhibition, which was curated by Kazuyo Sejima and entitled “people meet in architecture”, investigates the ways in which architecture participates in the creation of new values and modes of living.


For the Aires Mateus brothers, this installation is not synonymous with a proposal for action. Rather, it explores an architectural methodology and develops an idea: it is not a question of specific content, tangible shapes, gestures immobilized in matter or the establishment of hierarchies or typologies. In this context the Void, which is different from nothingness, offers a chance for development, a starting point, an element of spatial organization and, above all, a structural calling.


It is all about practicing the Void in space and in that respect these architectural gestures are close to those of minimalist sculpture in that the artists associated with that movement knew how to activate a spatial construction by means of a black cube (T Smith), or corten steel plates (Serra), or a play of juxtaposed cubes (Sol LeWitt), not by adding shapes, volumes and matter but by emptying out the most elemental spatial structures. We are faced with a negativity principle which fights against all excesses of shapes, presence, language and expression.


The installation VOIDS is composed of four white volumes which emerge from a pitch black night, appearing as flashes of light that reveal territories to the bodies passing through it. These flashes of visibility do not invalidate the night but force us to discover a dual spatial depth: that of each human body, which can carry within it the whole of humanity, and, contrary to most expectations, that of space itself as an artistic, sensitive, energetic, and evocative construction.


One could say that it is a plane which simultaneously exceeds architecture (as a specific material structure) and represents its very condition: a sort of meta-architecture which situates its shapes beyond the visibility principle and the formal, material and functional recognition of what is seen. Therefore, in these territories there are no houses, shelters, or constructions but points where the gaze is intensified and the landscape is energised.


Nuno Crespo
July 2011



Sem comentários:

Enviar um comentário